sexta-feira, 5 de agosto de 2011

IN CONFRARIA QUANDO SUMUS (Por Marco Antônio Paiva Nogueira)


IN CONFRARIA QUANDO SUMUS
(Quando estamos na Confraria)
Belo Horizonte, jan/91.

Versos de
Marco Antônio Paiva Nogueira
Inspirados nos versos goliardos
(Século XII)
– In Taberna Quando sumus

1)
Quando estamos na Confraria
Nós não pensamos na morte:
Há um contágio de alegria,
O que nos traz muita sorte.

2)
Vestido como maiorais,
Ou com roupa feita de saco,
Nos sentimos todos iguais
Porque bebemos por Baco.

3)
O que importa da Confraria
(dinheiro não tem importância)
É cantar, beber, poesia
E amor em abundância.

4)
Bebe a madame, bebe o senhor,
Bebem o soldado e o general
Bebem a donzela e o senador,
Bebem o padre e o cardeal.

5)
Bebem o esperto e o preguiçoso.
Bebem o branco e a mulher de cor.
Bebe o jovem, bebe o idoso,
Bebem o ignaro e o doutor.

6)
Bebem o sadio e o doente,
Bebem o estranho e o conhecido.
Bebem o comportado e o indecente,
O modesto e o convencido.

7)
Acompanhado, ou mesmo só,
Bebe o abstêmio e ninguém viu.
Bebe a neta, bebe a vó,
Bebem cem, bebem mil.

8)
Bebem o caixa e o gerente,
O estudante e o professor.
Na CONFRARIA, minha gente,
Todos bebem por amor.

9)
Bebem o delegado e o condenado,
Bebem o juiz e a meretriz.
Bebe o padre, bebe a madre,
E todos brindam: sou feliz.

10)
Bebamos o quanto for
sem moderação e muito amor.
Aqui há o estado de graça:
A Confraria não é devassa.

11)
“Hoje, tanto ao papa,
Quanto ao rei,
Bebemos todos
Sem lei.”

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